quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Não é apenas uma crise humanitária... é também uma crise na paz

A atual crise humanitária de mais de 4 milhões de refugiados que lutam no seu caminho para a Europa não foi inesperada. A guerra síria tem sido travada desde 2011. Desde então, mais de metade da população de 20 milhões de pessoas do país foram deslocadas. No entanto, os refugiados sírios representam apenas metade do fluxo atual de refugiados para a Europa. A outra metade vem de outras áreas devastadas pela guerra na Líbia, Somália, Iêmen e do Afeganistão. As pessoas na Europa e Estados Unidos testemunham as histórias de refugiados desesperados sacrificando suas vidas para alcançar a segurança enquanto o Ocidente debate a questão de quantos refugiados cada país pode reassentar, simultaneamente, tentando compreender e prevenir o recrutamento de extremistas dentro de suas próprias fronteiras.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Homossexual na Secretaria de Exército dos EUA: Análise e perspectiva de mudança

Partindo da perspectiva que o blog aborda temáticas ligadas aos Estudos de Paz – os quais buscam transformar a realidade por meios pacíficos e mais distintos no que diz respeito aos estudos mais tradicionais de Segurança–; e que o mesmo busca analisar a pluralidade de mecanismos geradores de violência alinhados à contraposição de dinâmicas e instrumentos de paz, nos é válida a análise do fato de que uma recente indicação de cargo pelo presidente Obama em uma instituição tradicionalmente masculinista e repleta de estereótipos (as Forças Armadas) mostrou-se como uma iniciativa que, possivelmente, produzirá alterações estruturais e geradoras de mecanismos de paz.


No dia 18 de setembro o presidente americano Barack Obama nomeu Eric Fanning como o possível sucessor de John McHugh, atual secretário de exército daquele país. Se confirmado pelo Senado americano, Fanning irá ser o primeiro homossexual assumido a ocupar este cargo.

Créditos: The Washington Star-News
Essa nomeação mostra um progresso da já antiga política Don’t Ask, Don’t Tell – lei que não permitia que indivíduos abertamente homossexuais servissem às Forças Armadas dos Estados Unidos.

domingo, 1 de novembro de 2015

Cultura e peacebuilding: um breve panaroma

Enquanto diferenças culturais podem estar situadas entre algumas das principais motivações para o surgimento ou a potencialização de conflitos, uma outra perspectiva - tradicionalmente colocada em segundo plano - torna-se válida ao perceber que a efetividade de processos de peacebuilding centrados em medidas puramente políticas e/ou militares nem sempre é garantida.

Hoje, todos os conflitos são e devem ser uma preocupação de todos, uma vez que no nosso mundo globalizado um conflito em qualquer lugar pode gerar conflitos em todos os lugares. Em tempos de comunicação sem precedentes, oportunidades, interconectividade e migração, os riscos para a paz também se encontram nas desigualdades, no fanatismo e na marginalização dos grupos vulneráveis, bem como na rejeição e na ignorância de outras culturas, juntamente com as suas tradições, crenças e histórias.


Neste contexto, a cultura surge como um fator essencial tanto para o desenvolvimento sustentável quanto para uma paz duradoura. Na verdade, nem o progresso equitativo nem a coesão social é verdadeiramente possível se a cultura é deixada de lado. Pelo contrário, o caminho para o desenvolvimento inclusivo social e econômico, a sustentabilidade ambiental, a paz e a segurança está firmemente enraizado na cultura, entendida nos seus sentidos espirituais, materiais, intelectuais e emocionais, e englobando diversos sistemas de valores, tradições e crenças. A cultura influencia diretamente a relação das pessoas com o desenvolvimento sustentável, os conflitos e reconciliação de diferentes maneiras. Como um repositório de conhecimento, significado e valores que permeiam todos os aspectos da nossa vida, a cultura também define a forma como os seres humanos vivem e interagem uns com os outros e seu meio ambiente.